Amor Perfeito: Globo corrige 'cura gay' e dá final feliz a Érico

Personagem parece ter sido 'transformado' em bissexual no decorrer da novela para justificar censura da Globo

Publicado em 26/08/2023
Carmo Dalla Vecchia e Domingos de Alcantara: final gay em Amor Perfeito
Romeu e Érico terminarão juntos na trama, que não aprofundou discussão sobre sexualidade

A TV Globo corrigirá a trajetória de Érico (Carmo Dalla Vecchia) em Amor Perfeito e lhe dará um final gay.

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Segundo o Observatório da TV, nos últimos capítulos da trama, que se encerra em 22 de setembro, o advogado perceberá que ainda ama Romeu (Domingos de Alcantara) e assumirá sua verdadeira orientação sexual para a sociedade.

A sua decisão se dará após descobrir que Romeu foi vítima de um atentado no Rio de Janeiro. Érico vai até o músico e passa a cuidar dele. Ali, ele entende que não consegue viver sem o músico.

Érico abre o jogo com a esposa, Verônica (Ana Cecília Costa), que se mostra compreensiva. Os três passam a cuidar do filho que Érico e Verônica tiveram juntos.

Bissexual?

Não se sabe qual orientação o advogado vai assumir no final do folhetim, já que sua trajetória foi dúbia.

Antes mesmo da novela começar e depois, em suas primeiras semanas, Carmo Dalla Vecchia falava com orgulho à imprensa de viver um personagem gay enrustido e ter a chance de abordar isso numa novela de época. Ele sempre frisou que Érico era gay.

Porém, um tempo depois, os autores - Duca Rachid e Julio Fischer - fizeram aproximação do seu personagem com a cozinheira Verônica. Romeu foi para escanteio e sumiu da trama. O personagem serviu só para que a vilã Gilda (Mariana Ximenes) pudesse chantagear o advogado.

Érico e Verônica engataram romance e passaram a viver a história típica de uma "família de propaganda de margarina", sem nenhuma discussão sobre a sexualidade do personagem.

Parte da imprensa e do público acusou autores e emissora de promover a "cura gay" no personagem. Eles se defenderam afirmando que a bissexualidade de Érico já estava na sinopse, mas essa argumentação jamais foi engolida por todos.

Um dos motivos é que a "fase heterossexual" de Érico começou justamente no período em que beijos gays e lésbicos em Vai na Fé estavam sendo censurados à revelia da direção da novela, o que levou a crer que a decisão de "converter" o advogado partiu dos chefões do canal.

A conclusão é que ou os autores mentiram sobre a bissexualidade para tentar encobrir a proibição imposta pela emissora ou foram incompetentes para abordar o assunto na trama, já que nem homo ou bissexualidade foram tratados com profundidade.

 

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