Sargento gay da PM consegue licença-paternidade inédita

Casal está junto há 11 anos e tentou inseminação por duas vezes

Publicado em 25/08/2023
Militar gay consegue direito a licença-paternidade
Rafael e Valdi com a pequena Sofia. Foto: Reprodução/WhatsApp

O sargento da Polícia Militar Valdi Barbosa, abertamente gay, conseguiu na Justiça o direito de licença-paternidade de seis meses após o nascimento da filha Sofia. A decisão é inédita na corporação de Pernambuco.

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Valdi é casado com Rafael Moreira e Sofia nasceu por meio de fertilização in vitro com barriga solidária.

A criança nasceu em junho de 2022. A irmã do PM, Rosilene, foi quem emprestou a barriga ao casal. O óvulo foi de uma doadora anônima e o esperma, de Valdi.

À época, o policial teve direito a 20 dias de licença-paternidade. Já Rafael trabalha em casa - ele é professor de inglês e dá aulas on-line.

Antes da filha nascer, o casal percebeu que um dos dois precisaria estar integralmente à disposição da bebê. Há 14 anos na Cavalaria da PM, Valdi decidiu pedir a licença de seis meses ao governo do Estado.

Sofria foi fruto da segunda tentativa de inseminação. Foto: Studio Carla Gomes

O requerimento passou por várias instâncias - secretarias da PM, Secretaria de Defesa Social e Procuradoria Geral do Estado, a última a lhe negar esse direito.

No documento, o policial se baseava em vários casos de pais solo que haviam conquistado a licença, mas não encontrou nenhum que fosse da PM.

Valdi entrou na Justiça, a sentença saiu em 28 de julho de 2022 e foi favorável a ele. O Estado chegou a recorrer, mas teve recurso negado.

"O direito não é meu, é da minha filha. Algumas pessoas podem pensar que eu quis um direito que é das mães, mas na verdade o direito é da criança, de ter alguém se dedicando integralmente a ela por seis meses", afirmou.

O casal se conheceu em 2012 quando Valdi tinha 30 anos e Rafael, 31. À época, o PM ja nutria desejo de ser pai, já o professor de inglês tinha medo que a criança sofresse no futuro.

Em 2019, os dois decidiram que iriam ser pais. A mulher de um primo de Valdi se ofereceu para ser a barriga solidária. Foi feita a fertilização mas os embriões implantados não vingaram.

"Foi um gasto físico, emocional, financeiro. Eu me vi perdido, pensando 'e agora?'. Não sou de chorar, mas chorei muito, e minha irmã viu. Aí ela disse: 'agora eu que vou ser a barriga solidária de vocês'. Começamos tudo de novo, trabalhar para juntar dinheiro e reiniciar o processo”, contou o PM ao G1.

Na segunda tentativa, foram produzidos sete embriões, quatro foram utilizados e um deles vingou.

Segundo Rafael, a decisão de qual dos dois doaria o esperma foi natural, já que Valdi sempre quis ter um filho biológico.

 

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