O ator Alejandro Claveaux relembrou momentos de bullying sofridos na infância e de como tentou se moldar para fugir da discriminação.
"Eu era gago, as crianças me chamavam de ‘viadinho’. Lembro de um dia olhar no espelho e falar: ‘vou mudar’, chorando muito", contou o artista sobre episódio ocorrido aos oito anos, ao jornal O Globo.
"Assim, imitava os estereótipos de como, supostamente, um homem deveria agir", prosseguiu.
"Inventei uma voz grossa, tentava andar de outro jeito. E sofrendo, criava um robô. Vários homens se forçam a entrar nessa caixa horrorosa. Até no mundo gay, o efeminado sofre mais. Por que o feminino incomoda tanto?”, questiona.
“Hoje tenho ferramentas para entender e discutir esse assunto. Em algum lugar, aquele ‘robô’ me fez ter mais flexibilidade para interpretar diferentes personagens.”
Aos 42 anos e namorando o jornalista Rafael Barcellos, Claveaux acredita ser importante se envolver em projetos LGBT.
Ele vive um cantor sertanejo gay na terceira temporada da série Rensga Hits!, do Globoplay, e um garoto de programa uruguaio que se envolve em um romance homossexual em Ruas da Glória, filme que tem estreia no Festival do Rio nesta semana.
No longa de Felipe Sholl, sua nacionalidade é uma homenagem às suas origens - apesar de ser goiano, seu pai é de Salto e sua mãe, de Montevidéu, ambas cidades uruguaias.
"O personagem tem uma idade inferior à minha, por volta de 30 anos. Foi um trabalho que busquei, insisti em fazer o teste”.
Pelo papel, concorreu ao prêmio de Melhor Ator das Américas no Festival Septimius Awards, em Amsterdã.
“Quis contar a história de amor protagonizada por dois homens”, afirmou.