Diretor de Até a Última Gota, produção mais vista na última semana na Netflix, Tyler Perry está sendo acusado de assédio e agressão sexual pelo ator Derek Dixon.
De acordo com o site TMZ, Dixon relata, no processo, inúmeros episódios de assédio ocorridos entre 2020 e 2021 e pede US$ 260 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) de indenização.
O ator diz que em 2019, em um evento, Perry o escolheu no meio de uma multidão e pediu seu número de telefone, sugerindo que poderia ter um papel para ele.
De fato, Dixon ganhou um pequeno papel em dois episódios da série Ruthless, criada por Perry.
Em janeiro do ano seguinte, o diretor o convidou para ir à sua casa em Atlanta, no Estado da Geórgia, e o intérprete aceitou, na esperança de que construíssem uma amizade e isso lhe rendesse mais trabalhos.
Lá, o ator relata no processo que bebeu demais e dormiu no quarto de hóspedes. Naquela noite, ele diz que o diretor se deitou na cama onde ele estava e tocou em suas coxas. O ator afirma ter rejeitado as investidas, mas que Perry prosseguiu interessado.
Perry lhe deu, então, um papel fixo na série The Oval e as situações constrangedoras aumentaram.
O diretor passou a lhe enviar mensagens de texto sexualmente sugestivas, incluindo perguntas sobre suas preferências sexuais e dizendo que fazia sexo com homens.
Dixon relata que seu personagem na série, Dale, foi escrito como um balconista de loja gay, sem-teto e desesperado, que teve que dormir com outros personagens para conseguir um lugar para ficar.
Ele afirma que era exatamente isso que Perry lhe disse que procurava em um parceiro sexual na vida real - alguém que fosse leal e dependente dele.
O ator diz ter tido medo de rejeitar Perry categoricamente e afundar sua carreira. Em vez disso, ele explicou que não era do "tipo sexual".
No fim de 2020, o diretor o convidou novamente à sua casa e iniciou conversa de teor sexual, como uma pergunta se ele gostava de "sexo violento na cama". Ele chegou a pegar o ator pelo pescoço e dizer: "Olha como você ficou excitado". O ator empurrou o diretor para longe.
Uma das muitas mensagens anexadas ao processo que Perry enviou para Dixon dizia: "Nenhum homem hétero sairia para passear com você ou prepararia o jantar para você a menos que quisesse te comer. Eu te comeria."
A reportagem relata que o incidente mais agressivo ocorreu em junho de 2021.
Dixon estava hospedado na casa do diretor no quarto de hóspedes. Ele vestia apenas uma cueca quando o diretor entrou para supostamente lhe dar um abraço de boa noite.
Ele alega que o cineasta puxou sua cueca para baixo, apalpou sua bunda e disse: "Relaxa e deixe acontecer", garantindo que não iria doer. O ator diz que conseguiu se desvencilhar da situação mudando de assunto.
Em 2024, o ator pediu demissão e apresentou uma queixa à Comissão para Igualdade de Emprego e Oportunidades, alegando que não suportava mais o assédio sexual.
Ele processa o diretor e também sua produtora, Tyler Perry Studios, por troca de favores, assédio sexual no local de trabalho, agressão sexual e agressão física.
Ao site, o advogado do diretor afirmou: "Este é um indivíduo que se aproximou de Tyler Perry para o que agora parece ser nada mais do que uma tentativa de golpe. Mas Tyler não se deixará abalar e estamos confiantes de que essas alegações forjadas de assédio serão rejeitadas."
