Resort nudista gay não pode proibir mulheres, decide Justiça

Autora da ação acredita que homossexuais terem espaço só para eles é discriminação

Publicado em 08/07/2023
Resort gay é proibido de vetar mulheres nos EUA
New Orleans House tem espaço reservado só para nudismo masculino. Foto: Yelp

A Justiça da Flórida, nos Estados Unidos, decidiu que um resort gay com área em que se permite praticar nudismo não pode vetar mulheres.

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A decisão da juíza Brittany Finkbeiner, emitida em 30 de junho, veio em resposta a uma ação de Amina Chaudhry contra o resort New Orleans House, em Key West, na Flórida.

Amina, uma mulher de 38 anos que se identiica como membro da comunidade LGBT, apresentou queixa à Comissão de Relações Humanas local alegando que a política do espaço discrimina mulheres cisgênero e pessoas trans e não-binárias.

O New Orleans House afirma que permite que qualquer pessoa fique no resort, mas restringe o acesso nas áreas em que a prática de nudismo é permitida - ali, somente homens a partir de 18 anos entram.

Segundo o site The Messenger, a mulher foi proibida de fazer uma reserva neste espaço do resort em julho de 2022. Ela apresentou queixa à comissão, que decidiu, em fevereiro, que "não existia nenhum motivo razoável" para acreditar que o resort violou a lei de direitos civis da Flórida.

Amina apelou dessa decisão e saiu vitoriosa no novo julgamento.

À publicação, a mulher disse que espera que a decisão garanta que outras empresas não tenham permissão para discriminar ninguém, e insinuou que sua reclamação pode ter implicações mais amplas, especialmente para membros da comunidade transgênero, que podem sofrer discriminação em acomodações públicas.

"A implicação é que se [o New Orleans House tem] permissão para discriminar qualquer gênero que eles não queiram entrar lá, então qualquer outro local de acomodações públicas pode fazer a mesma coisa", disse ela.

Advogado do resort, Russell Cormican criticou a decisão da juíza e disse que ela "evitou totalmente" a questão mais importante em jogo: o direito de privacidade dos hóspedes que deliberadamente procuraram um local voltado ao público masculino e que não desejam ficar nus perto de não-homens.

“Existem áreas do hotel que são reservadas para os homens ficarem nus”, disse Cormican. "Quer dizer, é como se eu aparecesse na LA Fitness [famosa rede de academias nos Estados Unidos] e, como homem, insistisse em ficar no vestiário feminino."

Amina também apresentou queixa por discriminação contra outro resort, o Island House Key West, que fica a pouco mais de um quilômetro de distância do New Orleans House.

O Island também tem área principal destinada a nudismo masculino, mas oferece apartamentos de um e dois quartos para mulheres numa instalação adjacente ao complexo.

A decisão da magistrada não é obrigatória, mas a comissão deve levá-la em conta para emitir uma determinação final.

Amina disse que não pretende se hospedar no resort. Ela entrou na justiça apenas por princípios.

"Vivendo em Key West e passando por tudo isso, existe uma espécie de sensação generalizada de que eu era a pessoa errada”, disse ela. “Como se eu fosse algum tipo de lunática louca que estava indo contra a ordem natural das coisas."

 

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