Copa do Catar: bandeiras LGBT de torcedores serão confiscadas

Argumento da organização do evento esportivo é proteger LGBT

Publicado em 02/04/2022
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País penaliza homossexualidade com multas e até sete anos de prisão

Quem estiver no Catar, país-sede da Copa do mundo de futebol este ano, e exibir uma bandeira arco-íris durante as partidas ou nas ruas pode tê-la arrancada de suas mãos pelos organizadores do evento esportivo.

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À agência Associated Press, o major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari justificou o veto para proteção dos próprios torcedores.

"Se ele (um fã) levantou a bandeira do arco-íris e eu a peguei dele, não é porque eu quero, realmente, insultá-lo, mas para protegê-lo", informou.

Al Ansari é diretor do Departamento de Cooperação Internacional e presidente do Comitê Nacional de Contraterrorismo do Ministério do Interior do Catar.

"Porque se não for eu, alguém ao redor dele pode atacá-lo... não posso garantir o comportamento de toda a população. E eu direi a ele: 'Por favor, não há necessidade de levantar essa bandeira neste momento", afirmou.

Desde o anúncio da maior competição de futebol do mundo no país árabe, a organização responsável - a Fifa - insiste que LGBT sozinhos e casais homossexuais são bem-vindos.

No entanto, demonstrações de orgulho e de afeto dentre essas pessoas não só não são bem-vindas, como podem se caracterizar crime, já que o Catar pune a homossexualidade com pena que vai de multa a sete anos de prisão.

Al Ansari continua: "Você quer demonstrar sua visão sobre a situação (LGBT), demonstre em uma sociedade em que ela será aceita. Notamos que esse homem comprou o ingresso, vem aqui para assistir ao jogo, não para demonstrar um ato político ou algo que está na cabeça dele."

"Assista ao jogo. Isso é bom. Mas não venha e insulte toda a sociedade por causa disso. (...) Aqui não podemos mudar as leis. Você não pode mudar a religião por 28 dias de Copa do Mundo."

O evento será realizado entre 21 de novembro e 18 de dezembro.

Metade (15) dos 29 países confirmados na competição até o momento autorizam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de garantirem outros direitos a cidadãos LGBT.


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