ELEIÇÕES
Informações para que você e toda comunidade LGBT votem de forma consciente

Trans e lésbica, psolista Luíza Bittencourt é candidata por SC

Pleiteante a vaga de deputada federal, a diarista quer lutar por LGBT e mulheres

Publicado em 25/09/2018
Luíza Bittencourt é lésbica e trans e candidata a deputada federal pelo Psol por Santa Catarina
'O Psol é um partido de luta contra as desigualdades, de inclusão e respeito às diferenças', diz

Mulher trans, lésbica e feminista, Luíza Bittencourt é candidata a deputada federal pelo Psol por Santa Catarina.

Curta o Guia Gay Floripa no Facebook

Aos 43 anos, Luíza é de Florianópolis e mãe de um menino de 13 anos, que sempre viveu com ela "e se orgulha muito de mim", conta.

Musicista por formação e diarista de profissão, a psolista já fez trabalhos como atriz, deu palestras e participa de eventos e rodas de conversa sobre as dificuldades que vivenciam as pessoas trans.

"Tive uma história de vida muito dificil, porém lutei por buscar meu espaço na sociedade", conta. "Hoje sou respeitada e reconhecida por todos que me conhecem e sempre que tenho oportunidade, conto sobre minha trajetória a fim de talvez poder inspirar de alguma forma outras pessoas como eu."

Esta é a primeira vez que Luíza se candidata em uma eleição. O Guia Gay Floripa conversou com ela a respeito de suas propostas.

O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em relação à proteção e legislação pró-LGBT mas ainda há desafios para a cidadania arco-iris. Quais duas propostas para que o País avance nesta questão?
A grande verdade é que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Esse é o dado relevante a ser considerado e que reflete a nossa realidade. Tivemos avanços e conquistas nas pautas que envolvem as questões das pessoas LGBT, porém, assim como em outras políticas públicas, não funciona na prática.

Não temos atendimento específico e acolhimento digno na rede pública de saúde, somos vítimas constantes de preconceito e discriminação nas instituições de ensino e na questão do mercado de trabalho, cito como exemplo esses dados: 90% de travestis e mulheres trans trabalham na prostituição, 50% das pessoas LGBT dizem já ter sofrido algum tipo de preconceito, discriminação ou ofensa no ambiente de trabalho.

Os desafios ainda são muitos. Nossa luta ainda é por respeito, dignidade e oportunidades iguais. Dentre várias propostas que tenho para nosso público, acredito que a questão da violência precisa ser tratada de forma mais efetiva, com leis mais abrangentes e penas mais pesadas para os crimes de preconceito, discriminação e violência contra as pessoas LGBT.

Pretendo lutar pela educação para a diversidade. Acredito que a edução é o caminho para o respeito às diferenças. E o respeito se reflete em menos violência e o preconceito. Entendo que devemos estabelecer ações de combate à discriminação, porém começar a atuar também na causa e a educação para a diversidade é uma das questões que pretendo defender.

Também quero incentivar e viabilizar, por meio de parcerias com instuições de ensino e empresas, o acesso principalmente das pessoas trans e travestis à cursos de formação profissional com encaminhamento ao mercado de trabalho.

Quais são seus projetos para a população brasileira em geral?
Meus projetos de campanha são prioritariamente direcionados para as questões da população LGBT e mulheres, porém, firmo o compromisso de estar trabalhando por todas as pautas que tratarem dos problemas mais graves e que precisam de políticas públicas e leis mais efetivas, que são as questões que envolvem principalmente questões de segurança pública, saúde e desemprego.  

Votar em você é ajudar a eleger pessoas do seu partido e da sua coligação. Quais são esses partidos? Qual o compromisso deles com a cidadania LGBT?
Sou filiada e candidata pelo Psol que é um partido que defende as pessoas mais desfavorecidas pelo poder publico, que são as pessoas LGBT, negros, mulheres e indígenas. E isso além de estar nas diretrizes do nosso partido, se reflete na prática, prova disso é que temos uma mulher indígena como candidata à copresidente do País.

Aqui em nosso Estado temos várias candidaturas representadas por mulheres, negros, indígenas e LGBT. A minha, inclusive, sendo eu uma mulher trans e candidata à deputada federal. Nosso partido já é há muito tempo reconhecido por lutar incansavelmente por nossos direitos. E apesar de sabermos que lutamos por um sistema e uma cultura machista e preconceituosa, não desistimos e iremos sim ocupar cada vez mais os espaços de decisão.

O Psol é um partido de luta contra as desigualdades, um partido de inclusão e respeito às diferenças. Tenho orgulho de estar representando o Psol apor meio da minha candidatura e espero que as pessoas LGBT compartilhem conosco essa luta.

Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay Floripa com candidaturas de LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas, partidos e coligações de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.