Bolsonaro defende pena maior para quem discriminar LGBT

Opinião foi dada em entrevista ao Jornal Nacional cerca de 24 horas após vencer eleição

Publicado em 29/10/2018
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Resposta veio a pergunta de Renata Vasconcelos sobre agressão de gays por bolsonaristas

Na segunda 29, cerca de 24 horas após vencer a eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) defendeu o aumento de pena para crimes motivados por discriminação a LGBT. 

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A afirmação veio em resposta a pergunta da jornalista Renata Vasconcelos, ao vivo, no Jornal Nacional. 

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Renata lembrou das várias frases proferidas pelo novo presidente da República contra homossexuais e os pedidos de desculpa feitos por ele durante a campanha, e relatou o fato de estar havendo violência física e verbal contra gays cometidas por eleitores dele nos últimos dias. 

Ela disse ao fim da explanação: "Na campanha, o senhor repudiou o voto de quem usa a violência. Como presidente eleito, o que o senhor diria para aqueles que ousem ser preconceituosos e agressivos com outros seres humanos apenas por serem gays?".

Bolsonaro respondeu: "A agressão contra um semelhante tem de ser punida na forma da lei. E se for por um motivo como esse, tem de ter sua pena agravada."

Essa medida é base da principal demanda do movimento arco-íris no Brasil, que é a criminalização da discriminação contra LGBT. A ideia, já posta em vários projetos de lei, sofre grande oposição da bancada evangélica. 

Após a afirmação, que surpreende devido ao histórico do parlamentar na atuação contra direitos LGBT, Bolsonaro repete que falou de forma mais pesada contra homossexuais no calor do debate a respeito do que ele chama de kit gay e que seu foco foi apenas combater esse suposto material. 

O Ministério da Educação negou que os livros e vídeos seriam destinados a crianças. Inclusive, um livro mostrado por ele como integrante do kit nunca foi adquirido pelo Governo Federal. 

Bolsonaro voltou a repetir na entrevista a mentira de que teria havido um seminário nacional LGBT infantil, de onde teria saído o kit gay. 

A fala também contradiz outro mantra do futuro presidente. Ele não cansa de repetir que todos devem ser tratados de forma igualitária e que diferenças são privilégios, acusação feita muitas vezes por ele contra LGBT.

Dentre fake news e a nova fala em defesa da criminalização da discriminação contra LGBT, será que dá para acreditarmos no "novo" Bolsonaro? 

Veja entrevista de Jair Bolsonaro a Renata Vasconcelos sobre violência contra gays aqui. Veja a partir de 2'20.


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