Sikêra Júnior elogia homossexuais e repete mentira sobre parada

Apresentador do 'Alerta Nacional' já foi acusado de homofobia e revelou o que faria se tivesse um filho gay

Publicado em 10/04/2020
Sikêra Junior: apresentador acusado de homofobia fala sobre LGBT e possível filho gay
Pernambucano, Sikêra apresenta programa desde Manaus diariamente para o Brasil

Apresentador que tem ganho bastante destaque na TV, Sikêra Júnior falou sobre sua relação com a comunidade LGBT, repetiu mentira a respeito da parada e comentou sobre como se comportaria se tivesse um filho gay.

Curta o Guia Gay Floripa no Facebook

Em seu programa, Alerta Nacional (uma espécie de Cidade Alerta ou Brasil Urgente), gravado em Manaus e que vai ao ar diariamente pela RedeTV! em boa parte do Brasil, o apresentador costuma elogiar o presidente Jair Bolsonaro, condenar usuários de drogas e fazer piadas homofóbicas. Críticas à comunidade LGBT também não são incomuns.

Em uma espécie de circo, Sikêra coloca alguns dos assistentes do programa vestindo fantasias e os estimula a dançar em frente às câmeras. É nítido que alguns são homossexuais.

Questionado se se considera homofóbico, o apresentador negou. "Não. A minha equipe é composta por lésbicas, sapatão, viado, gay, jumento e são os que mais colaboram comigo, são os que mais me ajudam, são os mais criativos", respondeu ao colunista Leo Dias.

Pouco depois do elogio, no entanto, Sikêra criticou a comunidade LGBT e citou cena de uma pessoa enfiando uma cruz no ânus como se houvesse ocorrido em uma parada LGBT. Intolerantes costumam usar essa imagem nas redes sociais para criticar as paradas, mas a cena foi vista em uma edição da Marcha das Vadias, em São Paulo.

"O que não gosto, e é um direito meu, o que não aceito são os títulos LGBTKY não sei o que", disse. "Ah, não pode mais cantar maria sapatão, não pode mais cantar morena do cabelo duro. Agora, mexem com o meu senhor Jesus Cristo no carnaval, parada gay pega o crucifixo e enfia no rabo, como é que esse povo quer respeito?"

E continuou: "Você imagina se, depois de tudo o que eles fizessem, eu rasgasse uma bandeira LGBT? Vixe Maria, eu era banido do Brasil. Mas hoje tenho o direito de opinar e de discordar."

"Estou acordando as pessoas, porque não precisa ninguém entrar no mesmo restaurante que eu e botar uma bandeira LGBT. Não vai mudar nada em minha vida, o garçom não vai dar desconto a você porque é gay, o estacionamento você não vai ganhar de graça, o cinema não vai te dar desconto no ingresso. Acaba com isso, somos iguais, o ingresso que você paga é o mesmo, o imposto é o mesmo, o estacionamento é o mesmo, provavelmente a comida é a mesma. Vamos acabar com essa palhaçada. É o meu pensamento."

Sobre ter um filho gay, Sikêra primeiramente comentou: "Acho que seria difícil entender inicialmente, porque um pai tão macho. É aquela história né? Meu filho é homossexual, bicha é o do vizinho. Mas, se caso acontecesse com meu filho, seria mentira dizer que eu ia aceitar normalmente. Lógico que ia ficar chocado e dizer filho da peste quebrou toda regra da família."

Depois, revelou que o aceitaria. "Tenho que aceitar, é meu filho, vou botar para fora de casa por causa de uma escolha sexual? Meu filho, que vi crescer, passei a noite balançando, velando o sono dele, que vi primeiro dente nascendo... Vou abandonar meu filho? Tá louco."


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.