Masculinidade é tema de festival on-line LGBT. Há teatro e debates

Mostra Todos os Gêneros será realizada de 24 a 30 de agosto

Publicado em 23/08/2020
Marcelino Freire, Rico Dalasam e Bernardo de Assis
Marcelino Freire, Rico Dalasam e Bernardo de Assis estão na programação

Evento que já faz parte do calendário anual LGBT de São Paulo, a mostra Todos os Gêneros será virtual este ano e poderá ser acompanhado por todo o Brasil.

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Entre 24 e 30 de agosto, o festival, organizado pelo Itaú Cultural, contará com música, teatro e debates. O tema da sétima edição é "Masculinidades"

"Chegamos nesse momento de colocar em foco as tantas possibilidades de construção – e, mesmo, desconstrução – a fim de refletirmos a pluralidade de uma existência homem", explica a gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, Galiana Brasil.

O evento abre na segunda-feira 24, às 18h30, com Filho Homem, cena teatral de Bernardo de Assis, que fala de violência, amor e descoberta da transexualidade.

A ficção trata das diferenças e proximidades entre dois irmãos, que foram criados um para ser homem e o outro para ser mulher.

A exibição antecede o primeiro debate, "Masculinidades em Trânsitos", marcado para 19h. Mediada pelo produtor e editor de conteúdo do Itaú Cultural, Thiago Rosenberg, a conversa reúne o jornalista gáucho Airan Albino, o quadrinista trans paulista Lino Arruda e o escritor pernambucano Marcelino Freire. Também de Pernambuco, o poeta Miró fará participação especial.

Na terça 25 a roda de conversa, às 17h, chama-se "A Construção das Masculinidades" e tem como convidados o guarda municipal trans Jordhan Lessa, o terapeuta Marcos Boaventura e o antropólogo Sirley Vieira. A mediação é do fundador do site Papo de Homem, Guilherme Valadares.

Às 20h é a vez de Oboró, conjunto de cenas teatrais que fala da realidade e subjetividade de homens negros gravadas pelos atores Cridemar Aquino, Drayson Menezzes e Sidney Santiago Kuanz aespecialmente para esta edição de Todos os Gêneros.

Na quarta 26, às 17h, "Paternidades" é o tema do debate que reúne o criador do canal Topassado, Luiz Baron, o capoeirista Orun Santana e o naturólogo Tiago Koch. A mediação é de Viviane Duarte, fundadadora da iniciativa Plano Feminino.

Pouco depois, às 20h, será exibido o espetáculo Bola de Fogo. O ator Fábio Osório Monteiro faz performance de si próprio, enquanto frita acarajés.

A programação segue na quinta 27 com uma das mais famosas peças de Plínio Marcos, Barrela. A companhia paulista Cemitério de Automóveis encena a história de um jovem preso por um pequeno delito que é violentado pelos companheiros de cárcere.

Na sexta-feira 28 começa uma série de apresentações de cenas para web feitas por cinco artistas convidados a partir da provocação: a masculinidade que me deram e a masculinidade que criei.

Às 20h, entra no ar "Kaddish, uma Oração para os Homens que Eu Matei", do dramaturgo e ator paulista Ronaldo Serruya, que parte da reza tradicional judaica em homenagem aos mortos, recitada pelos filhos homens da pessoa falecida, para abordar o modelo masculino judaico-cristão que o formou.

No mesmo horário, também entra em cena "C(h)ancela 24". Nele, o artista e professor pernambucano Elilson parte da representação do número 24, que remete à figura do "veado" e à condição de ser "viado", usado como xingamento contra homens gays no Brasil, para fazer uma ação-tributo a um irmão, também homossexual, que se suicidou aos 24 anos.

Sábado 29, é dia de dança conduzindo as três cenas exibidas também a partir das 20h. Em "CorazA", o amazonense Odacy Oliveira reflete sobre a couraça como resultado do medo e da vergonha de ser livre, tendo como única saída a decisão de liberar a musculatura para respirar e ser quem se é.

"Para Não Dançar em Segredo", do performer André Vitor Brandão, de Pernambuco, revisita memórias e construções identitárias de gênero, abordando as problemáticas da construção de uma masculinidade hegemônica no sertão.

Por fim, as cenas se encerram com "Nkisi Hongolô – A Divindade do Arco-Íris", do coreógrafo gaúcho Rui Moreira, que aborda a masculinidade como um princípio energético dinâmico que pode ser alterado, ficando a cargo de cada um construir a sua. 

A sétima edição da mostra Todos os Gêneros, fecha no domingo 30, com sua programação inteiramente dedicada à música.

Quem abre a noite, às 20h, é o cantor Ciel Santos, que apresenta ao público faixas do disco Enraizado, lançado no ano passado, influenciado pela cultura popular nordestina.

O número final é do rapper paulista Rico Dalasam, que apresenta o pocket-show do recém-lançado disco Dolores Dala Guardião do Alívio. 

Todas as atrações são gratuitas e poderão ser assistidas no site www.itaucultural.org.br.


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