O rei arco-íris! Ex-ativista gay tem coleção de itens e histórias

Servidor público do DF, Enilson Bastos mostra seu orgulho há 26 anos

Publicado em 21/06/2020
enilson bastos arco-íris orgulho
"Sei da história de cada item. De onde veio, como..." Primeiro objeto é de 1994, antes do Brasil ter parada do orgulho

Por Welton Trindade

Chapéu, bota acima do joelho, brincos, camisa, meia, cartola, quadro de parede, short, suspensório... Até, veja só, bandeira! Esses são apenas alguns dos itens da grande e orgulhosa coleção arco-íris LGBT do ex-ativista gay e servidor público federal Enilson Bastos, 57 anos, de Brasília.

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O tempo que ele gastaria para calcular quantos produtos estão aí, ele prefere gastá-lo para contar as histórias de cada um dos souvenirs. 

Os dois primeiros, um boné e uma bandeira, vieram em 1994, mas ainda o emocionam. 

"Eu estava em Los Angeles. Foi incrível estar em um bairro gay. Entrar em uma loja e ver tantas coisas arco-íris, uau! Eu estava super sem dinheiro, então só pude comprar esses dois. De toda forma, a sensação de liberdade que tudo aquilo me causou é inesquecível. Marcou minha vida."

Eis então que há 26 anos, Bastos chegava a Brasília com os itens arco-íris. Se era algo novo? Do ponto de vista histórico, a resposta é um gigantesco sim! Por exemplo, a primeira parada do orgulho homossexual no Brasil só iria ocorrer no ano seguinte, no Rio! 

arco-íris enilson bastos

Do ponto de vista de experiência pessoal também. "Ninguém sabia o que significava o arco-íris! Nem os gays praticamente! Então eu conseguia usar na rua sem problema. As pessoas só viam o boné como algo colorido e engraçado."

Um dos itens que mais chamam atenção de quem visita sua casa é o grande quadro arco-íris que está no quarto. O artefato nasceu de encomenda em 2015 na Feira da Torre de TV, tradicional ponto de artesãos na capital federal. 

"Havia uma mulher que trabalhava com vidro. Maioria do que ela fazia era de mau gosto, mas mostrei a bandeira arco-íris a ela e pedi uma criação. O quadro não ficou integralmente como eu imaginava, mas gostei sim. E todos que veem adoram."

enilson bastos arco-íris

Causar é verbo preferido desse morador da capital federal. Frequentador assíduo de paradas de Brasília e de São Paulo, ele sempre inventa um figurino bem chamativo. São vários os anos em que ele foi fotografado por jornais e sites nas marchas por conta do que ele veste. E dá-lhe arco-íris.

Essa capacidade de captar atenção vai além do Oceano Atlântico. E aí há outra história de mais um dos itens de sua coleção. 

"Eu e meu esposo estávamos em Amsterdã. Parada linda, feita nos canais. Lembro como se fosse hoje: comprei um pênis arco-íris de pelúcia em frente a uma igreja! Bom, fomos ver a parada. Então, o pessoal de um dos barcos nos chamou. Falaram que gostaram da nossa animação. Fomos! E ganhamos suspensórios", lembra.

O número de aventuras é como o orgulho, sem fim. "Ah, sei de onde vem cada coisa da minha coleção, quem me deu, se comprei, como, onde..."

E se vêm mais coisas por aí? Releia a linha anterior e aplique aqui: é sem fim também a vontade para ter o próximo objeto arco-íris!

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