A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, na sexta-feira 27, que alunos de escolas públicas poderão rejeitar participar de leituras de livros que contenham personagens LGBT.
A recusa poderá ser feita alegando questões religiosas.
O caso chegou à instância mais alta da Justiça estadunidense após três grupos de pais - muçulmanos, católicos romanos e cristãos ortodoxos - afirmarem que o conselho educacional forçava crianças a ouvir histórias que promoviam "ideologias políticas sobre a vida familiar e a sexualidade humana que estão inconsistentes com a ciência sólida, o senso comum e o bem-estar das crianças".
Na ação dos pais, que são da cidade de Montgomery, em Maryland, são citados livros como "Uncle Bobby's Wedding", que retrata casamento de personagens gays, e "Born Ready: The True Story of a Boy Named Penelope", que fala sobre uma criança trans.
De acordo com O Globo, os pais entraram na Justiça após o conselho de educação determinar que os colégios não tinham necessidade de notificar os pais previamente sobre os livros que seriam lidos na sala de aula.
"Há muito tempo reconhecemos os direitos dos pais de direcionar 'a educação religiosa' de seus filhos. E sustentamos que esses direitos são violados por políticas governamentais que interferem substancialmente no desenvolvimento religiosa das crianças", disse o juiz Samuel Alito, em sua decisão.
O magistrado impôs que até a revisão de apelação o conselho deve notificar com antecedência sobre a leitura de livros com personagens LGBT e permitir que alunos sejam dispensados dessa instrução.