Menino trans muda nome no RG aos 8 anos: 'Serei chamado pelo que sou'

Desde os quatro anos Eduardo passou a questionar sua identidade de gênero

Publicado em 30/08/2019
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Família comemorou nova identidade de Eduardo com post que viralizou nas redes

Uma criança de oito anos adotou o nome social na carteira de identidade em Pindamonhagaba, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo.

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Desde o último dia 20, o Estado de São Paulo se adequou a uma norma federal de novo modelo do RG. Há um campo para o nome social de pessoas trans, sem necessidade de nenhum outro documento comprobatório.

A família comemorou a adoção do nome social de Eduardo com um post nas redes sociais, o qual viralizou (veja abaixo).

Ao G1, a mãe, Regina Freitas, contou que Eduardo se identifica com o gênero masculino há quatro anos. Na escola e entre pessoas próximas, ele já era chamado pelo nome que escolheu, porém, em público, ainda era chamado pelo nome de registro.

"Agora quando eu for ao médico, por exemplo, vou ser chamado pelo meu nome, pelo que eu sou", disse Eduardo.

A mãe, integrante do grupo nacional Mães Pela Diversidade, escreveu na foto em que Eduardo aparece com seu novo RG: "A cara de felicidade de alguém que teve seus direitos respeitados".

Desde os três anos, segundo a mãe, Eduardo já mostrava preferir brinquedos e roupas identificados com o sexo masculino.

"Eu achava que era uma fase, que ele estava curioso, mas com o tempo isso foi ficando mais forte. Eu e meu marido conversávamos já percebendo que no futuro isso pudesse acontecer, mas não achávamos que seria tão cedo", disse.

Pouco depois, aos quatro anos, o garoto passou a se recusar a usar roupas femininas e a questionar o motivo de ter nascido menina.

"Precisamos falar sobre isso", afirmou o pai de Eduardo, Carlos Freitas. "Precisamos que a sociedade entenda que ser reconhecido como é, como deseja, é um direito da pessoa. Que o caso dele seja um passo para abrir portas para que outros tenham a mesma liberdade."

O Poupatempo informou que este foi o primeiro caso de nome social reivindicado por criança trans na cidade, mas não soube dizer se no Estado de São Paulo houve outros casos.


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