ELEIÇÕES 2020
Informações para você e a comunidade LGBT votarem de forma consciente

Marciano Diogo, candidato pelo PDT, quer orçamento para LGBT

Trabalhista tem propostas para setores tais como regularização legal de moradia e mobilidade marítima

Publicado em 09/11/2020
Marciano Diogo, candidato gay pelo PDT em Florianópolis
Candidato prevê articulações entre iniciativa privada e setor público para incentivar turismo LGBT


Apaixonado por viagens e esportes. Mas não só! O jornalista Marciano Diogo mostra disposição a encarar a jornada da política para fazer Floripa avançar em diversos temas e ter representatividade LGBT. 

Curta o Guia Gay Floripa no Facebook

Candidato a vereador pelo PDT, pansexual e presidente do setorial arco-íris do partido no Estado, Marciano tem dentre suas propostas orçamento para políticas públicas para LGBT, regularização legal de moradias, atuação em mobilidade marítima e incentivo para que a cidade torne-se pólo gastronômico. 

Confira entrevista que ele deu ao Guia Gay Floripa:

Como seu mandato vai contribuir para o avanço da cidadania LGBT em Floripa?
Mais do que nunca, com o crescimento do conservadorismo que vivenciamos na nossa sociedade com o atual governo, precisamos ocupar os espaços políticos para lutar pelos nossos direitos.

Eu sempre tive muito orgulho em ser LGBTI+ porque sei que isso nos torna cidadãos mais fortes diante dos preconceitos sofridos na sociedade.

Meu mandato tem como uma das propostas principais o projeto Floripa Friendly de Fato, que propõe o seguinte: o aprimoramento constante e manutenção periódica do Conselho Municipal de Políticas Públicas LGBTI+ com lei que estabelece a criação e garante verba para o Plano Municipal de Políticas LGBTI+ para o desenvolvimento de ações de trabalho, formação e economia.

Por exemplo, o Trabalho com T, que irá promover a profissionalização da população trans; o DiverCidade, que promoverá consultoria, incentivos fiscais e campanhas publicitárias para eventos e espaços que tragam maior circulação de pink money na cidade; e o Jogos da Diversidade, que vai promover a rede de relação entre associações atléticas gay friendly com campeonatos e competições esportivas em um festival anual.

Fora a questão LGBT, quais são suas três principais propostas para a população?
Destaco o Regula Floripa. Mais de 60% dos moradores da cidade têm propriedade em situação ilegal. Como a tributação não é justa, é grande a consequente inadimplência.

Um projeto de lei de incentivo fiscal vai impor a reforma tributária no Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) da capital, assim o problema da regularização fundiária em Florianópolis pode ser solucionado.

Além disso, um projeto vai transformar o Conselho de Habitação no Conselho Municipal do Plano Diretor, trazendo mais membros da sociedade civil para participação mais ativa, manutenção e desenvolvimento da construção civil consciente na cidade, assim tendo maior esclarecimento público das normativas e diretrizes.

Já o Sabor Ilhéu é a criação do Conselho Municipal de Gastronomia de Florianópolis para maior articulação das vias gastronômicas, redes de restaurantes e festivais que valorizam a culinária local e a identidade cultural ilhéu baseada em frutos do mar.

Reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia, a capital terá sua economia mais aquecida com o programa Ostrabalho, que visa o incentivo a novos métodos de cultivo de ostras, extensão das áreas de fazenda e a desburocratização do negócio.

E o Mobilidade Marítima. É a criação do SIMM - Sistema Integrado de Mobilidade Marítima com transportes públicos náuticos em terminais que conectem pontos da capital e região continental.

Tendo como base o projeto Parque Metropolitano Dias Velho – Aterro da Baía Sul, do arquiteto e urbanista André Francisco Câmara Schmitt, a construção de um terminal central que conecte o transporte rodoviário e hidroviário da cidade qualificará a mobilidade urbana.

Outros quatro pontos, pequenas marinas para embarcações e fluxo de passageiros, dois no Norte e dois no Sul da Ilha, além de terminais em São José, Palhoça e Biguaçu vão dinamizar o trânsito e integrar o SIMM, além do Tican E o Tirio, que estão próximos dos principais rios da capital, o Rio Tavares e o Rio Ratones, o que irá facilitar integração nos terminais do projeto SIMM.

Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do PDT. Qual o compromisso do partido com a cidadania LGBT?
Creio que de todos os partidos brasileiros atuais, o PDT é o mais comprometido com as pautas de equidade LGBTI+.

O movimento partidário PDT Diversidade foi criado em 2015 e hoje conta com executivas estaduais presentes em mais de 20 estados brasileiros – atualmente sou presidente do movimento aqui em Santa Catarina.

Este movimento a que tenho tanto orgulho em fazer parte, aglutina lideranças políticas LGBTI+ em diferentes regiões territoriais criando uma rede de troca de informações, apoios e articulações para garantir a defesa dos direitos da nossa população.

Portanto, quem votar em mim está votando neste movimento político que assegura nossos direitos.

Você defende que hortas e agência de verificação de fatos estejam na estrutura do Estado. Não acha que tal tipo de ação não acaba desrresponsabilizando a sociedade, pessoas e empresas, de atuar diretamente e esperar apenas o Estado agir?
Não necessariamente. Acredito que o Estado precisa assegurar e se responsabilizar pela saúde da nossa população. Há caixa para que isso seja feito. 

É evidente que é necessário também o comprometimento por parte de nós, sociedade, para garantir tal, é uma relação sustentada por ambos.

Quando, por exemplo, trata-se da garantia de uma alimentação saudável acessível à população e o combate à disseminação de falsas informações, é necessário sim intervenção do Estado.

O que não tira as nossas responsabilidades de seguir fiscalizando, cobrando e atuando para que nossa sociedade seja mais igual.

Como você poderá atuar para conscientizar empresas e governos de que a investir no turismo LGBT é algo positivo para a cidade?
Estando no parlamento municipal, é possível propor projetos de lei que assegurem mais do que a conscientização do poder público, mas ações efetivas nessa frente de economia da nossa população. Além disso, articulações que fomentem a parceria entre iniciativa privada e público.

Para o Executivo, uma lei que garanta fundo anual para manutenção do Conselho Municipal de Políticas Públicas LGBTI+, que distribuirá adequadamente entre projetos e ações voltadas para esse fortalecimento: fomentará ações publicitárias para eventos e espaços que tragam maior circulação do pink money em Florianópolis, e além disso, incentivos fiscais para empresas que contratem LGBTIs e tenham programas internos de conscientização do respeito a igualdade de gênero - essa identificação por empresas conscientes será feita através de um selo municipal, que reconhecerá publicamente tais organizações.

Por fim, mais do que representatividade na Câmara Municipal, precisamos de alguém que traga projetos efetivos para nossa população. Estou em mais essa luta por nós e quero estar por nós.

É por isso que é fundamental votarmos nos nossos nas próximas eleições, para garantir o progresso. Então eu peço o voto de todas pessoas que acreditam que juntos podemos vencer essa. O pêndulo já começou a virar nos EUA, vamos fazer acontecer em Florianópolis!

AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay Floripa de entrevistar todas candidaturas LGBT à Câmara Municipal de Florianópolis.

Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.

Acompanhe todas as entrevistas e reportagens sobre as eleições na editoria Eleições 2020 clicando aqui.


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.